segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A Poesia Barroca

Destaques da poesia Barroca:
• Gregório de Matos (1636-1696)

Em 1636, nasceu na Bahia um dos grandes escritores da literatura brasileira, Gregório de Matos Guerra. Suas obras poéticas se destacam pela importância histórica e literária. Estudou no Colégio da Companhia de Jesus até 1650. Depois foi a Coimbra e formou-se em Direito em 1661. Casou-se e iniciou sua carreira na magistratura.

Conhecido como Boca do Inferno, por sua sátiras, que criticavam desde nobres até a sociedade da Bahia, foi por causa delas que ele foi expulso da Bahia, mas foi por causa delas que desenterraram sua história.

Gregório de Matos satirizava políticos e outras figuras da sociedade, o que resultou na sua expulsão de Lisboa. Por volta dos 50 anos, ficou viúvo e retornou à Bahia. Passou a ter uma vida boêmia e a advogar pequenas causas. Casou-se novamente, tendo filhos e obteve proteção de bispos e governadores. Foi perseguido por causa das suas sátiras na Bahia também, sendo desterrado para a Angola. Retornou em 1695, partindo para o Recife onde faleceu um ano depois, morreu velho, solitário e pobre.
Por causa das suas sátiras, esse homem ficou conhecido como boca do inferno.Destacou-se na poesia sacra, lírica, satírica e amorosa.

Poesia religiosa - Apresenta uma imagem quase que exclusiva: o homem ajoelhado diante de Deus, implorando perdão para os pecados cometidos.

Poesia amorosa - Muitas vezes associada à noção de brevidade da existência, e uma dimensão obscena, onde a explosão dos sentidos (em versos crus e repletos de palavrões) representa um protesto contra os valores morais da época.

Poesia satírica - Ironia corrosiva e caricatural contra todos os setores da vida colonial baiana: senhores de engenho, clero, juízes, advogados, militares, fidalgos, escravos, pobres livres, índios, mulatos, mamelucos, etc. Com seu olhar ressentido de senhor decadente, Gregório de Matos vê na realidade apenas corrupção, negociata, oportunismo, mentira, desonra, imoralidade, completa inversão de valores. A poesia satírica, portanto, para ele é vingança contra o mundo.

• Bento Teixeira (1561-1600)

Autor da primeira obra literária barroca brasileira Prosopopéia. Português nascido em Porto, veio ao Brasil cedo. Formou-se no Colégio da Bahia, onde era professor. Exerceu a profissão de advogado. Fugiu para Pernambuco, por ser responsável pelo assassinato da sua esposa, e refugiou-se no Convento de Beneditinos. Perseguido pela Inquisição por envolvimento com o judaísmo, Bento Teixeira chegou a ser condenado por prisão perpétua, mas conseguiu licença para ficar solto. Faleceu em 1600.Sua "Prosopopéia", que não de uma imitação de "Os Lusíadas", com isso não tem muito valor literário, mas sim, histórico.

• Botelho de Oliveira (1636-?)

Manoel Botelho de Oliveira nasceu na Bahia, em 1636. Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra.Publicou em 1705 Música do Parnaso, reunindo poemas em português, castelhano, italiano e latim e duas comédias em espanhol (Hay amigo para amigo e Amor, Enganos y Elos).Destaque da prosa barroca:

• Pe. Antônio Vieira (1608-1697)
Nasceu em Lisboa, em 1608. Veio cedo com os pais para a Bahia, onde estudou no Colégio dos Jesuítas. Em 1623 entrou para o noviciado da Companhia de Jesus. Demonstrou um dom para a oratória, o que fez com que seus superiores lhe dessem a tarefa de ensinar Retórica aos noviços de Olinda. Foi ordenado em 1634 e iniciou suas pregações. Em decorrência do movimento português e da restauração da independência, vai para Portugal. È fiel ao novo monarca, D. João IV, que o admira muito. Chega a ser nomeado para várias embaixadas diplomáticas no estrangeiro. Em 1652 passa a se dedicar à catequese e à conversão dos índios no Maranhão. Nove anos depois, retorna a Lisboa, sendo bastante criticado por suas idéias sebastianistas. Depois vai para Roma, tornando-se orador oficial do salão literário da Rainha Cristina, da Suécia. Defendeu os cristãos-novos diante da Inquisição e teve seu direito de pregar cassado pela mesma.Padre Antônio de Vieira faleceu na Bahia em 1697.
Volta ao Brasil em 1681 e redige suas obras:Sermões:

"Sermão da Sexagésima", realizado em 1655, na Capela Real de Lisboa.
"Sermão da Primeira Dominga da Quaresma", proferido em 1653 no Maranhão, em defesa da liberdade dos índios que trabalhavam como escravos.
"Sermão XIV do Rosário", realizado em 1533dirigido a Irmandade dos Pretos de um engenho baiano.

História do futuro, livro profético onde é previsto o aparecimento de um “Quinto Império”, no qual a reinaria a Paz na vitória da cristandade. Portugal recuperaria glórias passadas, ocupando posição central na vida política desse novo estado mundial.

Esperanças de Portugal, era uma carta pessoal e que, portanto, não deveria vir a público. Mas a Inquisição, que já o perseguia há uma década, aproveitou-se de que Vieira não mais tinha o rei para protegê-lo e encarou a missiva de outra forma, seqüestrando-a e utilizando-a como prova contra ele.
Na carta, o jesuíta vale-se das palavras de Bandarra, um sapateiro que, no século 16, compusera trovas proféticas. “O Bandarra é verdadeiro profeta; o Bandarra profetizou que El Rei D. João o quarto há-de obrar ainda muitas coisas que ainda não obrou, nem pode obrar senão ressuscitando: logo El-Rei D. João o quarto há-de ressuscitar.” O uso de um texto não-canônico para fazer profecias valeu-lhe a condenação como herege e heterodoxo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cadê a nota professor ?